Homem, Economia, e Natureza

Aquecimento Global – Créditos: WWF

É notório que a Terra esteja sofrendo de um aquecimento acima do normal, além de catástrofes naturais como ninguém nunca experimentou antes. Os recursos naturais estão se esgotando e os habitantes deste planeta estão se mobilizando. Estão preocupados com o futuro de seus descendentes. Querem que o mundo seja um lugar melhor de se viver.
No entanto essa mobilização, ou senso de preocupação, em âmbitos individuais é inútil se grandes corporações e governantes nada fizerem para que o cenário atual seja modificado. E o grande obstáculo para que ajam é o modo como o capitalismo é praticado por tais entidades.
Crises econômicas como as que tem acontecido nos últimos anos, fazem com que os países optem por ignorar as medidas de redução da emissão de poluentes no ar, argumentando que à curto prazo vale mais a pena manter empregos das pessoas, a fim de que elas e suas famílias vivam com dignidade, mesmo que isso implique em um dano temporário à natureza. Então essas medidas (como o Protocolo de Kyoto, por exemplo) ficam na lista de espera até que a situação econômica melhore.
E é questionável pensar que se todos soubessem do estado futuro do planeta reduziriam a marcha do desenvolvimento tecnológico e material, visto que estudiosos declaram que desde o surgimento da Terra sempre houve períodos de congelamento e de aquecimento intensos. Não é possível saber se o Homem sozinho é o grande responsável pelas catástrofes ou se isso é obra da própria Natureza.
É possível notar, portanto, que mesmo que existam entidades empenhadas em mudar o conceito e os hábitos das pessoas com relação ao ambiente, interesses econômicos sobrepõem tais esforços. E isso ocorre porque o dinheiro é o motor que move tanto as organizações pró-natureza quanto as com fins preponderantemente comerciais, e estas últimas – por possuírem mais dinheiro – fazem com que a economia seja mais relevante que o meio-ambiente.
Se não houver investimento sério e intenso em ações socioambientais, o que resta é esperar e ver como a Natureza vai se comportar nos próximos anos, décadas, ou séculos, e que impacto isso vai ter na Economia.


O texto acima trata-se de uma pequena discussão feita ainda neste ano por mim sobre o que é mais relevante para a Humanidade: salvar e manter a economia mundial em ação, ou salvar o meio ambiente e as gerações futuras. Embora o texto seja curto e aparentemente essas duas opções pareçam ser mutuamente exclusivas, não são.

Quando concluo que o que resta é esperar e ver a resposta da Natureza sobre a Economia, é no sentido de que da mesma forma que a Natureza é afetada pela Economia, isso vai inevitavelmente afetar a vida de cada um dos habitantes do planeta, fazendo com que o foco da preocupação humana mude à medida em que a situação ambiental fique mais crítica. Essa conclusão, de forma tênue, evidencia também que tudo é interligado, e que as coisas pelas quais optam a Sociedade hoje ( salvar a Economia ou a Natureza), na verdade não são opções, mas sim que devem ser tratadas com igual atenção.

No ensaio de Bruno Latour, Jamais fomos Modernos (1991), há uma discussão mais aprofundada sobre o assunto da hibridização dos componentes científicos, econômicos, e sociais. É um dos argumentos mais válidos que conheço até hoje sobre a interdependência de todos os assuntos que envolvem a humanidade, e que se especializar é entrar numa caixa preta, que significa limitar sua visão com respeito aos problemas ao redor.

A seguir, o link para o livro, para os interessados:

Link : Livraria Cultura

Este é o segundo post sobre algum assunto ambiental. O primeiro pode ser visto no link da animação do @BryanLen sobre a água, aqui.

E ainda falando sobre especialização, e como ela pode ser limitante, tem uma tirinha do Sonaldo aqui.

Espero que tenham gostado. Mas, gostando ou não, comente!

Um grande abraço,

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