Alô Pessoal,
Pegando carona no post da Ana, vou escrever sobre o Doug Funnie, sob a série Gostinho de Infância. Esse seriado iniciou-se em 1991 e retrava um garoto com um narigão repleto de imaginação que – soube agora – tinha onze anos, mas para mim sempre teve no mínimo uns 15. Nesse post, vou mencionar algumas coisas interessantes do desenho, e algumas analogias que fiz com a vida ou com outros desenhos.
Acho que qualquer criança da época amava esse desenho, talvez porque ele explorava, assim como qualquer criança faz, cada momento como sendo uma chance para imaginar, sonhar: quem, sob uma situação de estresse ou perigo, não queria se tornar um super-heroi e resolver os problemas bem rápido?
O Doug criou o Homem Codorna, para se projetar fora do mundo ordinário, onde ele poderia voar, vencer o mal ( como seu inimigo de escola, Roger Klotz ) ou ficar com sua amada Patty Mayonnaise. E todas essas aventuras, imaginadas ou não, eram registradas, por desenhos ou textos, em seu “Querido Diário”, através de sua mão esquerda, porque o Doug era canhoto.
Eu assistia a esse desenho na TV Cultura, por volta de 1996, acredito. Nessa época ele já não estava sendo mais produzido. Lembro que minhas tardes depois de chegar das aulas da primeira série eram recheadas de programas infantis como Doug, Castelo Rá-Tim-Bum, As Aventuras de Tintin, e Disney CRUJ, no SBT. Para mim o Doug Funnie e o Tintin eram parentes.
Doug Funnie e Tintin
Havia várias coisas que eu pensava que tinham relação entre si, e na maioria delas eu estava totalmente enganado. E só fui descobrir anos depois. Pensar que o Tintin era tio do Doug era uma delas. Acho que é por isso que sempre fui o último a ser escolhido nos esportes.
O Doug tinha um inseparável companheiro canino, o Costelinha; Tintin tinha o Milu. Ambos tinham esse formato de rosto arredondado. E isso era o suficiente para fazer essa relação. No resto eram bem diferentes, e eu diria que “As Aventuras de Tintin” era direcionado a um público um pouco mais velho, com suas histórias de detetive à la Sherlock Holmes.
Deixemos o Tintin de lado. Talvez para outro post. O foco é o Doug.
Doug e sua “Sociedade”
O desenho de Doug se passava em vários ambientes: familiar, escolar, de lazer. E apresentava desafios que todo jovem normal enfrenta: como passar em uma prova difícil, como manter o cara durão afastado de você, como falar com a menina que você gosta, como conseguir a permissão de seus pais para ir a um show, como se apresentar em público com aquela espinha enorme no nariz ainda maior, ou ainda a agonia de precisar de dinheiro para fazer algo que você quer muito e simplesmente não ter.
Nesses casos, só se pode contar com seu melhor amigo ( Skeeter ), a pessoa com quem se estabelece o primeiro contato após mudar para uma escola nova, em Bluffington, ou com seu diário, onde os problemas são confidenciados, e a solução é apresentada, de forma exagerada pela imaginação, mas motivadora o suficiente para conduzir a uma ação.
Skeeter é um cara de uma etnia bem diferente da do Doug, mas com muitas afinidades. Isso me lembra as minhas amizades de infância, que em sua maioria eram com pessoas etnologicamente diferentes. Fazendo uma indução dos casos, acho que pessoas que aparentam ser diferentes acabam se dando bem. Eu diria que Skeeter é o indiano das séries de hoje.
Doug, com seus 11 anos, também experimenta o início de uma vida amorosa: uma época da vida em que você não necessariamente diz ou faz coisas românticas para conquistar alguém. Embora ele não puxasse o cabelo da Patty, ou ficasse fazendo brincadeiras de mau-gosto, isso poderia ser bem representado pela má interpretação pela Patty das coisas que ele dizia, ou pela incapacidade de ele realmente dizer o que ele sentia por ela. Exceto em sua imaginação, é claro, através de seus atos de salvamento, nos quais nem sequer uma palavra seria necessária para que a mocinha declarasse todo seu amor pelo herói com um grande beijo ou abraço.
O Antagonista
Roger Klotz é o cara valentão da escola. Implicante com Doug, e compartilhando uma quedinha pela Patty Maionese, Roger sempre participa da imaginação de Doug como o vilão a ser vencido. Roger, na primeira versão do desenho vivia num trailer com sua mãe e gata, e depois, na versão comprada pela Disney, por algum motivo sua mãe enriqueceu e ele passou a viver numa mansão, aumentando sua arrogância.
Para mim, Roger lançou uma moda que só seria usada mesmo uns 5 anos depois: O uso de gel, muito gel. Essa é a única explicação para seu cabelo teso.
O Fim de Doug e seu reinício pela Disney
A versão original de Doug foi produzida pela Nickelodeon, de 1991 a 1994. Depois foi comprada pela Disney e continuada de 1995 a 1999, com um longa lançado em 2000. A versão da Disney certamente não agradou tanto o público original, porque fez mudanças muito radicais na personalidade e características físicas dos personagens. A versão da Disney retrata um Doug de 12 anos e meio, ao invés de 11 e meio, que não usa seu diário com tanta frequência, e é mais pé no chão, porque não usa tanto sua imaginação quanto antes.
Logo mais, veja as duas aberturas: a da Nick e a da Disney, para conferir como os personagens mudaram.
Se você tem alguma memória boa desse desenho, como o Sr. Bone, diretor da escola de Bluffington, cantando tirolesa, fique à vontade para comentar.
Abertura Original
Infelizmente eu procurei bastante no Youtube e não encontrei uma abertura original com qualidade melhor, então vai essa mesmo. Até hoje me lembro bem da musiquinha, sem letras, e consigo cantarolá-la bem.
Doug Intro (1991-1994) por TheBumperMan13
Abertura Disney
A abertura da Disney mantém a linha da abertura original,mas já dá para perceber como os personagens estão diferentes.
É isso aí, pessoal! Espero que tenham gostado de degustar um pouco da infância das crianças dos anos 90.
Depois que você mostrou as duas aberturas, a da Nick e a da Disney, foi que eu percebi que eu não prestava atenção nas aberturas. Eu lembro das duas, mas estranhamente é como se quando eu assistisse eu não notava a diferença entre uma e a outra. Talvez isso não signifique algo bom… ou talvez eu só não me lembre mesmo. =)
MUITO criativo.
Abraço!
Nossa, gostei muito do seu post o Doug era meu desenho preferido quando era criança.
Acho q me identificava muito com ele porque também fui e tento ser bastante sonhadora.
Boas lembranças
Abraço
Oi Natália,
Quem não gostava do narigudinho, não é?
Obrigado pelo comentário!
Abraços!
esse desenho e um dos meus preferidos,adoro o doug
ae alguem sabe o nome da musica de abertura do doug?
Obg pela ajuda,aliaz bom post